Os correios dos EUA anunciaram que vão interromper o serviço de entrega aos sábados para cortar gastos. O desmonte da empresa norte-americana é parte da política geral de privatizações
Os correios
norte-americanos passam por uma enorme crise nos últimos anos. Estima-se que nos
últimos seis anos, a empresa perdeu 41 bilhões de dólares, apenas no ano
passado, foram 16 bilhões de prejuízo.
Nessa
quarta-feira, dia 6 de fevereiro, a direção do Serviço Postal dos Estados Unidos
anunciou que vai suspender as entregas de sábado como medida para reduzir
custos. As entregas serão realizadas apenas nos cinco dias da semana, com
exceção de alguns tipos de objetos, como remédios. Para se ter uma ideia do
tamanho da crise, a entrega aos sábados é uma tradição de 150 anos dos correios
norte-americanos.
Essa não é a
primeira medida da empresa para cortar gastos. Vários postos de correios do País
foram fechados ou tiveram o horário de funcionamento diminuído. A medida mais
grave de todas, no entanto, é que a empresa vem demitindo em massa seus
funcionários; 35% do quadro de funcionários já foi reduzido.
Um dos
fatores apontados como responsável pela crise da empresa postal dos EUA é a
busca por empresas privadas para a realização dos serviços de entrega.
Exatamente o que querem aqueles que defendem o fim do monopólio postal da ECT
(Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) que na realidade é uma face da
privatização.
Uma crise
internacional
A crise nos
correios dos Estados Unidos não é um fenômeno isolado. É possível verificar a
mesma tendência nos correios de outros países, como Portugal, Inglaterra e
França.
Em todos os
casos há uma pressão dos capitalistas internacionais para que se privatize os
correios. Na França e na Inglaterra, por exemplo, o governo planeja uma
“reestruturação” da empresa, que nada mais é do que um eufemismo para a
privatização. Assim como no Brasil a “modernização” da ECT esconde uma política
de entrega da empresa para os capitalistas.
No caso de
Portugal, o governo não esconde. A privatização dos correios já está marcada
para esse ano e é uma exigência do Banco Europeu, após a quebradeira econômica
do País.
A enorme
crise dos Correios dos Estados Unidos, que está fechando postos de trabalho e
agências é resultado de uma política avançada de desmonte das empresas estatais.
No País, o correios é controlado pelo governo, mas a iniciativa privada tomou
conta do setor. É o que estão querendo fazer no Brasil.
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